Coccidínia (dor no cóccix): Sintomas, Diagnóstico e Tratamento

Coccigodinia ou Coccidínia nada mais é do que a dor e desconforto localizados na porção caudal da coluna vertebral (cóccix) e geralmente desencadeada por longo período na posição sentada no dia a dia.

A coccigodinia é mais relatada no sexo feminino, por questões anatômicas da pelve e pode ser resultado de trauma, lesões repetitivas, pós-parto, tumores locais, degeneração ou natureza idiopática (sem causa conhecida).

Ela comete mais pacientes que estão acima do peso e está relacionada especialmente com a instabilidade pós-traumática secundária a hipermobilidade no cóccix e consequentes alterações inflamatórias.

Anatomia

O cóccix é a região final da coluna vertebral (último osso da coluna) e é composta por 4 pequenas vértebras fundidas.

As vértebras do cóccix são formadas por osso sólido, não têm canal vertebral ou ramos nervosos Emergentes.

Anatomia do cóccix.

Existem diferentes formatos de cóccix, alguns que são completamente rígidos e fundidos, outros que apresentam certa mobilidade, mas fisiológica e também cóccix que apresentam hipermobilidade ou deformidades com espículas ósseas. Tanto os rígidos como os com hipermobilidade apresentam maior propensão a dores crônicas.

• Anatomia da coluna vertebral

Tipos de cóccix.

Como se faz o Diagnóstico de coccidínia?

O diagnóstico é realizado pelo quadro clínico e exames de imagem. O quadro clínico é basicamente a dor localizada pontualmente sobre o cóccix, na maioria das vezes sem irradiação, e que piora na posição sentada ou deitada, ou ainda com qualquer pressão no local.

Já nos exames de imagem, as radiografias estáticas e dinâmicas (em pé e sentada) são úteis pois conseguimos classificar o tipo de cóccix, embora isso muitas das vezes não mude a conduta inicialmente.

Recentemente, a ressonância magnética (RM) tem sido indicada na investigação do cóccix pois pode revelar edema e inflamação — lesões que escapam à detecção com raios X — e, potencialmente, adicionar valor ao diagnóstico etiológico e melhorar nossa compreensão do(s) mecanismo(s) da dor.

Importância das radiografias dinâmicas – evidenciamos um cóccix luxado na posição sentada.

Quais são as causas de coccidínia?

A principal causa de coccidínia é o trauma, seja ele agudo em uma queda sentado por exemplo, levando a uma fratura do cóccix, seja ele crônico / repetitivo, secundário por exemplo a posição sentada por longos períodos em superfície rígida.

Não é infrequente, no entanto, na investigação de casos com dor no cóccix, nos depararmos com sinais de instabilidade na região do cóccix, como uma hipermobilidade do cóccix, podendo ser essa também outra causa de dor.

Contudo, as principais causas de dor no cóccix podem ser:

• Trauma agudo
• Trauma crônico / lesões de repetição
• Pós parto
• Lesão degenerativa
• Tumores (sendo o Cordoma, o mais frequente na região)
• Idiopática = sem causa conhecida

Diagnóstico diferencial de coccigodínea

Chamamos de diagnóstico diferencial, outras doenças que possuem quadro clínico semelhante e que podem confundir o diagnóstico preciso.
Um dos diagnósticos diferenciais de coccidínia é o cisto Pilonidal.

O cisto pilonidal, também chamado de cisto sacro coccígeo ou simplesmente de cisto no cóccix, é um problema crônico em que se forma um nódulo ou cisto inflamado envolvido por um tipo de “membrana”, que tem como conteúdo interno pêlos, fragmentos de pele e glândulas sebáceas e também sudoríparas.

Esse conteúdo, que fica dentro do cisto, provoca uma inflamação local, que pode infeccionar, formando um abscesso, causando dor, e sinais inflamatórios como calor local, rubor e em alguns casos, ate saída de secreção purulenta da região sacro-coccígea.

Tratamento da coccidínia

O tratamento da coccidínia na maioria das vezes é conservador, sem cirurgia. Retirada da carga sobre o cóccix por meio de almofadas ortopédicas, por exemplo, costuma ser uma medida muito eficaz.

Almofada para retirada da pressão sobre o cóccix.

Além disso, podemos lançar mão de tratamento medicamentoso com analgésicos e anti-inflamatórios, além de fisioterapia visando analgesia, manobras de manipulação do cóccix, relaxamento e fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico.

Em casos que não respondem a essas medidas clínicas, técnicas minimamente invasiva como as infiltrações locais com corticoide e anestésicos costumam aliviar bem os sintomas e são muito resolutivas. Por fim, em alguns casos, refratários a todas essas medidas, pode-se lançar mão da coccigectomia, que nada mais é do que a ressecção cirúrgica do cóccix.

Perguntas Frequentes