Escoliose na Criança
A coluna vertebral vista de frente deve ser completamente reta, sem qualquer curvatura. A escoliose é justamente um desvio lateral da coluna, fazendo com que a coluna perca essa característica de alinhamento no plano frontal. Definimos escoliose quando essa curvatura lateral é maior do que 10 graus e ela pode ocorrer em qualquer segmento da coluna, embora seja mais frequente na coluna torácica.
Quais são as causas de escoliose?
Há 3 grandes causas para a escoliose:
- Escoliose congênita: É secundária a uma mal-formação da vértebra, que a criança já nasce com ela, e desenvolve a escoliose logo na infância.
- Escoliose Neuromuscular: É secundária ao desequilíbrio de tônus muscular que dá sustentação à coluna. Observamos esse tipo de escoliose em paciente com alguma doença neuromuscular prévia, por exemplo, paralisa cerebral, distrofias musculares, etc.
- Escoliose Idiopática: Essa é a causa mais comum de escoliose, e se desenvolve em colunas que aparentemente são normais, sem uma causa definida, e começam a deformar com o crescimento da criança. “Idios” vem do grego, “de si próprio”, então esse tipo de escoliose surge espontaneamente, com uma causa desconhecida.
Quais são os sintomas da escoliose?
A escoliose na maioria das vezes é uma doença silenciosa que não dá muitos sintomas, como dor nas costas, ou qualquer outro sintoma. Portanto, diferente do que muito pensam, a escoliose por si só, não dói. Porém, embora não apresente muitos sintomas, ela se manifesta deixando marcado alguns sinais que ficam mais evidentes, obviamente, de acordo com a gravidade da deformidade e com o paciente despido. São elas:
- Assimetria dos ombros (Um ombro mais elevado do que o outro)
- Assimetria dos quadris
- Meninas podem apresentar uma assimetria nos seios (Um mais alto que o outro)
- Gibosidade (corcunda) em algum lado das costas, principalmente quando o paciente se inclina para frente.
O teste da inclinação do tronco para frente é o que denominamos teste de Adams e utilizamos ele para mensurar a altura da gibosidade, avaliando dessa forma o grau de rotação da curvatura. Esse é um fator muito importante de se avaliar, além da deformidade no plano frontal.
Evolução natural da escoliose
Assim que suspeitado da escoliose ou ainda crianças com história de escoliose na família, deve-se iniciar um acompanhamento com um ortopedista especialista em coluna. Sabemos que a progressão da deformidade depende de vários fatores, alguns genéticos que não temos controle, porém podemos agir em diversos outros fatores com medidas que visam segurar a progressão da curva.
Um cuidado ainda maior deve ser dado àquelas crianças com grande potencial de crescimento que ainda não tiveram o estirão do crescimento, pois sabemos que quanto maior a perspectiva de crescimento da criança, maior a probabilidade dessa curva progredir.
Os Fatores de risco para progressão da escoliose são:
- Sexo feminino
- Pré-menarca (meninas que ainda não menstruaram)
- Sinal de Risser O
- Curvas torácicas
- Curvas mais graves (de alto valor angular)
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Diagnóstico
O diagnóstico e seguimento dos pacientes são realizados com radiografias simples, por meio das quais medimos os valores angulares das curvas da escoliose, avaliamos a flexibilidade ou rigidez dessas curvas e a presença de deformidades associadas, como por exemplo uma cifose retificada ou aumentada.
Além disso, avaliamos com uma radiografia de bacia, a perspectiva de crescimento do paciente de acordo com o fechamento da placa de crescimento do osso ilíaco, pelo método de Risser. O paciente Risser 0 é aquele que apresenta a placa de crescimento completamente aberta acarretando em grande potencial de crescimento e o paciente Risser 5, aquele que já está muito próximo de sua maturidade esquelética.
A cada consulta que varia de 4-6 meses, todos esses parâmetros devem ser reavaliados, para avaliarmos se há ou não progressão da deformidade.
Tratamento
Quanto ao tratamento, este vai depender do tipo de escoliose (congênita, neuromuscular ou idiopática), da idade do paciente, mas principalmente do valor angular da curva, ou seja, da gravidade da deformidade.
Nas escolioses de início precoce, aquelas que se iniciam antes dos 10 anos de idade, um recurso usado visando desacelerar o processo de progressão da curva é a confecção de gesso que é um método seguro, simples e eficaz. Em alguns casos são completamente resolutivos, não requerendo nenhum tratamento adjuvante e um outros casos, “seguram” a progressão da deformidade fazendo com que as crianças cheguem a uma determinada idade e possam ser operadas com uma curva não tão grave, facilitando dessa forma a cirurgia e com melhores resultados.
Vale lembrar que o diagnóstico precoce, principalmente nesse tipo de escoliose é muito importante. Pois quanto mais cedo diagnosticado, mais cedo instituímos o tratamento visando segurar a progressão da deformidade que muitas vezes é rápido.
Já nas escolioses que iniciam seu desenvolvimento após os 10 anos, que são a grande maioria, felizmente, grande parte dessas é de baixo valor angular e não requerem tratamento invasivos. Normalmente abaixo de 20 graus, mantemos observação da curva a cada 4-6 meses e orientamos tratamento com Fisioterapia. Entre 20-40 graus, mantemos a Fisioterapia e associamos o uso de coletes que devem ser usados por aproximadamente 18horas por dia, a fim de segurar a progressão da deformidade. E curvas acima de 45-50 graus, optamos pelo tratamento cirúrgico que na maioria das vezes consiste na artrodese da coluna, que objetiva a correção da deformidade, além de zerar a chance de progressão da doença.
FAQ – Perguntas Frequentes
Escoliose é uma deformidade (curvatura) da coluna do plano frontal (vista de frente).
Na maioria das vezes o que determina a escoliose é um componente genético. A escoliose mais comum é a idiopática que não há uma causa bem definida para ela.
Sim. Temos tanto o tratamento clínico com fisioterapia e uso do colete, como também as cirurgias para correção da escoliose.
Clinicamente, podemos notar algumas alterações no tronco como: assimetria da altura dos ombros ou da pelve, gibosidade ao inclinar o tronco para frente. Mas confirmamos o diagnóstico de escoliose com um Raio-X simples da coluna total.
Sim. A escoliose não é uma contra-indicação para prática de atividade física.
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