Espondilose (Desgaste da Coluna): Diagnóstico, Sintomas e Tratamentos
Artrose é um desgaste que pode ocorrer em todas articulações de nosso corpo, e na coluna não é diferente. Também chamada de Espondilose, esse desgaste/ degeneração na coluna acomete principalmente os discos intervertebrais e as próprias articulações da coluna, chamadas de articulações facetárias.
História natural
Esse é um processo natural de envelhecimento do corpo e nem sempre são os causadores das dores na coluna, tanto cervical, torácica e lombar. Sempre faço uma analogia com a pele. Da mesma forma que a pele de um paciente com 20 anos é diferente da pele de uma paciente com 50 que por sua vez, é diferente de um paciente de 80 anos, da mesma forma acontece com as estruturas da coluna, no caso, os discos e as articulações.
Por uma característica principalmente genética, mas também por fatores externos como tipo de trabalho, hábitos de vida e excesso de peso corporal, esse processo de degeneração pode ser acelerado e começar antes mesmo da terceira idade.
Como fazemos o diagnóstico?
É papel do ortopedista especialista em coluna, identificar esses fatores de risco e tentar prevenir ou retardar esse processo, mas principalmente conseguir relacionar os sintomas com os achados de exames, ou seja, descobrir se aquelas alterações nos exames de imagem são de fato os causadores da dor ou se é uma dor secundária por exemplo a uma fraqueza muscular, a uma má postura, entre outras coisas.
Os exames utilizados para o diagnóstico são:
- Radiografia simples – observamos o alinhamento da coluna, as curvas fisiológicas e sinais como redução dos espaços dos discos e hipertrofia das facetas articulares que são alterações degenerativas.
- Tomografia computadorizada – avaliamos praticamente as mesmas coisas do que as radiografias, com um grau de detalhes maior, mas não é um bom exame para ver os discos e as estruturas neurais.
- Ressonância Magnética – Avaliamos os discos intervertebrais com detalhes e todas as estruturas neurais. Além disso, conseguirmos estudar bem as “partes moles” como músculos e ligamentos.
Quais os sintomas da espondilose?
A dor é o sintoma que é mais comum, e pode acometer a coluna cervical, torácica e principalmente a região lombar. A espondilose lombar é mais frequente pois é onde se tem maior sobrecarga. Normalmente, trata-se de uma dor de origem axial, ou seja, sem irradiação, com piora aos movimentos e aos esforços. Quando há irradiação da dor para os membros, normalmente há compressão de nervo associado ao desgaste da coluna.
Outro sintoma frequente é a perda de mobilidade. Com o processo de degeneração da coluna, tanto as articulações facetárias (articulações entre as vértebras) como os discos intervertebrais perdem sem função, ocorrendo em estágios mais avançados a fusão dos segmentos da coluna, o que pode causar a perda de mobilidade.
No caso específico da espondilose cervical, uma consequência grave que pode ocorrer é a compressão da medula espinhal secundária a esse processo de artrose. Nesse caso, denominamos mielopatia espondilótica e podem ocorrer sintomas como alteração de sensibilidade nos membros, perda de força nos membros superiores e inferiores, dificuldade para andar, além de dor.
Mas nem todo desgaste ou artrose da coluna é acompanhado de dor. Lembrando que por se tratar de um processo degenerativo, TODO paciente terá alterações na coluna no decorrer da vida. Acima dos 40 anos, TODO paciente apresentará certo grau de degeneração seja do disco ou das articulações da coluna. Mas nem todo paciente terá dor nas costas.
Certamente, aqueles que apresentam um hábito de vida saudável, com bom controle de peso, com prática regular de atividade física mantendo bom fortalecimento muscular e alongamento, apresentam menos chance de desenvolver dor, independente do processo de degeneração.
Como se trata a espondilose?
O tratamento da espondilose é baseado principalmente no estímulo a mudanças de hábitos de vida como perda de peso e prática regular de atividade física, visando boa mobilidade, bom fortalecimento muscular do CORE (musculatura abdominal, paravertebral, pélvica e glútea) e bom alongamento.
Assista no vídeo abaixo como preservar a sua coluna vertebral:
Nos casos de crises álgicas, podemos lançar mão de medicações como anti-inflamatórios, relaxantes musculares e analgésicos, além de fisioterapia e acupuntura para alívio da dor. E nos casos de dores persistentes, mesmo após os tratamentos propostos acima, as infiltrações, também conhecidas como bloqueio, podem ser utilizadas, visando a melhora da dor.
A infiltração é uma injeção de corticoide (que é um potente anti-inflamatório) com anestésico em pontos específicos da coluna. Trata-se de um procedimento minimamente invasivo, seguro e muito eficaz, que quando bem indicado pode reduzir a dor e melhorar de maneira significativa a qualidade de vida do paciente. Raramente optamos por cirurgia para a espondilose, exceto quando há compressão de raízes nervosas. Nesse caso, a cirurgia passa a ser uma ótima indicação.
Porém, vale ressaltar que para espondilose, seja na cervical, torácica ou coluna lombar, na grande maioria dos casos, um bom tratamento conservador é eficaz, não necessitando de cirurgias ou qualquer procedimento.
Perguntas Frequentes
Espondilose é um desgaste/ degeneração na coluna que acomete principalmente os discos intervertebrais, as vértebras e as próprias articulações da coluna, chamadas de articulações facetárias. Em outras palavras é a artrose da coluna.
Espondilose lombar é a degeneração da coluna lombar que é a região mais susceptível a esse tipo de desgaste, devido a maior sobrecarga nessa parte da coluna. Os sintomas são dor lombar e em casos mais avançados podem gerar compressão neurológica.
Espondilose torácica é a degeneração da coluna torácica. É responsável muitas vezes pela dor nas costas e aumento da cifose (corcunda) na terceira idade.
Espondilose cervical é a degeneração da coluna cervical. Nessa região a espondilose além de gerar dor cervical, pode acarretar compressão medular em casos avançados, necessitando de cirurgia.
Sem dúvida a atividade física, entre elas a musculação, é recomendada para casos de espondilose lombar. Manter um peso saudável e um bom fortalecimento de CORE são a base para se reduzir a sobrecarga na coluna lombar, reduzindo dessa forma os problemas relacionados a espondilose lombar.
A Espondilose dorsal incipiente são alterações iniciais do processo degenerativo da coluna torácica. Nem sempre são responsáveis por dor nas costas, na maioria das vezes são achados de exames, sem relevância clínica.
A Espondilose lombar incipiente são alterações iniciais do processo degenerativo da coluna lombar. Assim como na coluna torácica, nem sempre são achados com alguma relevância clínica, ou seja, na maioria das vezes, não estão relacionados a sintomas na lombar.
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tenho artroze lombar ernia de disco dores muito fortes caso nao consigo andar dor intenssa
Olá, sem dúvida, casos de artrose na coluna e hérnia de disco como da senhora precisam ser avaliados, tratados e acompanhados.
Caso possamos ajudar, será um prazer.
Estamos a disposição.
Conte conosco.
Quem tem espondilose pode pegar peso
Olá Edilma, espondilose é um desgaste natural da coluna e não é uma contra-indicação a nenhum tipo de atividade física, inclusive de carregar peso.
Tenho espondilose cervical, fiz cirurgia com artrodese, ainda sinto dor na região da nuca, e normal apoia cirurgia faz 2 anos.
Olá Jocivalda. Como vai?
A cifose pode ser postural ou estrutural (Dorso curvo Juvenil ou Cifose de Scheurmman). Deve ser avaliada qual das duas é a sua, pois tratamentos podem ser propostos com melhora, pelo menos parcial, dessa “coluna torta”.
William Zarza
Tenho espondilose torácica incipiente, sofro muito com dor no tórax e lombar que afeta até a coxa, pode ser esta espondilose a causa da minha dor?
Olá Carlos Henrique. Como vai?
Espondilose incipiente é uma alteração muito frequente em exames de coluna. Nada mais é do que uma alteração fisiológica natural de desgaste da coluna. Normalmente não é causa de dor nas costas.
Sugiro que seja investigada uma outra causa que justifique seus sintomas.
Fico à disposição,
William Zarza