Tratamento Cirúrgico
A primeira importante consideração sobre o tratamento cirúrgico na coluna é a evidente evolução que houve com as técnicas e materiais cirúrgicos nos último 20 anos.
Essa evolução permite que hoje, por meio de uma incisão menor na pele, com menor agressão aos tecidos moles como musculatura, com um tempo cirúrgico menor, e com maior precisão de instrumentais cirúrgicos, consigamos um resultado muito superior a cirurgias de antigamente.
Portanto, com isso em vista, o primeiro grande trabalho do cirurgião de coluna da atualidade é desmistificar algumas ideias erradas e alguns medos que os pacientes trazem consigo.
Isso não quer dizer de maneira alguma que devemos operar mais as pessoas nos dias atuais pois os problemas de colunas continuam sendo, na sua grande maioria, de tratamento conservador (80-90% dos casos). Isso só quer dizer que, quando bem indicada uma cirurgia, com as técnicas atuais, os resultados são muito melhores.
Quais as opções de tratamento cirúrgico?
As cirurgias de coluna visam principalmente dois grandes objetivos: Descompressão do nervo quando há algum nervo comprimido ou acometido, por qualquer que seja a problema. E o outro objetivo é a estabilização da coluna quando há algum sinal ou indício de instabilidade na coluna.
Dentre as cirurgias de descompressão do nervo podemos citar:
- Microdiscectomia (retirada de hérnia de disco) cervical ou lombar;
- Descompressão de estenose de canal;
- Retirada de cisto facetário.
Todas essas cirurgias são passíveis de serem realizadas de maneira minimamente invasivas, com mínima lesão tecidual e com resultados excelentes.
As opções de técnicas são a cirurgia endoscópica de coluna e a cirurgia microscópica tubular.
Já dentre as cirurgias de estabilização da coluna, também chamadas de artrodese, podemos citar as cirurgias para:
- Espondilolistese
- Fraturas na coluna
- Deformidades da coluna vertebral (escoliose e cifose)
Algumas dessas cirurgias, mesmo havendo a necessidade de implantes (parafusos, hastes, cages), também são realizadas com técnicas minimamente invasivas que foram possibilitadas pelo grande avanço dos materiais cirúrgicos e instrumentais. Hoje, por exemplo, podemos colocar um parafuso na coluna de maneira percutânea com uma incisão de apenas 2cm.
A exceção se dá nas cirurgias de deformidade na coluna, como a escoliose e a cifose.
Mesmo com muitos avanços nessa área também, as cirurgias de correção de deformidades continuam sendo predominantemente abertas, pois necessitam de grande exposição da coluna.
A cirurgia de coluna é segura?
Além dos avanços de técnicas e materiais, um outro fator que aumentou muito a segurança na cirurgia de coluna foi a monitorização neurofisiológica intra-operatória.
Hoje em dia, para muitas cirurgias de coluna, além da equipe de cirurgiões, da equipe de anestesiologia, há uma terceira equipe médica dentro da sala cirúrgica que é responsável pela monitorização neurológica do paciente durante todo procedimento.
Antigamente, durante uma cirurgia de coluna, não haviam praticamente métodos de avaliação neurológica do paciente pois o mesmo estava anestesiado e não era possível essa avaliação. Então, infelizmente, uma eventual lesão neurológica só era diagnosticada após o término do procedimento, quando o paciente acordava da anestesia.
Hoje em dia, o paciente é monitorizado com um sistema de eletrodos pela equipe de monitorização neurofisiológica intra-operatória durante todo o procedimento, permitindo que a função neurológica do paciente seja acompanhada e qualquer abalo ou qualquer dano seja identificado no ato e seja possível uma mudança de rota ou de técnica.
Como é a recuperação da cirurgia de coluna?
Com a evolução de técnicas minimamente invasivas, permitiu-se cirurgias com:
- Menores incisões;
- Menor agressão aos tecidos;
- Menor sangramento;
- Menor tempo cirúrgico.
Com isso, logicamente, o tempo de recuperação dessas cirurgias também melhorou exponencialmente. Isso permite um retorno para casa mais precoce e retorno ao trabalho e até às atividades físicas mais rápido.
Por exemplo para cirurgias onde realizamos somente descompressão do nervo, via de regra, conseguimos:
- Alta hospitalar: dia seguinte ao procedimento;
- Dirigir: 2-3 semanas;
- Trabalhar, a depender da atividade, também de 3-4 semanas;
- Retorno à vida normal, inclusive com prática de atividade física por volta de 6 semanas.
Sempre que lidamos com prazos, é importante lembrar que cada cirurgião tem a sua rotina, cada paciente é único e reage de uma determinada maneira a um mesmo procedimento e questões relacionadas a reabilitação também interferem diretamente nesses tempos.
Então tudo isso deve ser levado em conta na decisão de se retomar uma determinada atividade após uma cirurgia.
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