A dor nas pernas depois de uma cirurgia de coluna é um sintoma que preocupa muitos pacientes, mas na maioria dos casos faz parte da recuperação natural. Entender por que isso acontece ajuda a reduzir a ansiedade e garante um pós-operatório mais tranquilo.

Causas da dor pós cirurgia de coluna  

Durante o procedimento, especialmente em cirurgias como a artrodese (fusão de vértebras), o cirurgião precisa manipular estruturas delicadas, incluindo os nervos. Essa manipulação ou um leve “tensionamento” do nervo pode gerar desconforto temporário.

  • Manipulação do nervo: o cirurgião afasta tecidos e nervos para acessar a região da coluna. Essa movimentação pode causar inflamação passageira.
  • Distensão durante a artrodese: quando se coloca o cage (dispositivo que mantém o espaço entre as vértebras), o espaço intervertebral ganha altura e o nervo fica um pouco mais esticado. Essa adaptação pode resultar em dor ou formigamento que tende a melhorar com o tempo.

Sintomas normais durante a recuperação 

É comum sentir:

  • Dor leve a moderada na perna ou glúteo.
  • Formigamento ou sensação de “choque” nos primeiros dias ou semanas.
  • Desconforto que melhora progressivamente com repouso e fisioterapia.

Esses sintomas costumam diminuir gradualmente. Cada organismo tem seu ritmo, e pequenas variações são esperadas.

Vale a pena reforçar que a cirurgia de coluna é muito mais segura do que no passado. O avanço das técnicas minimamente invasivas, a qualidade dos materiais implantados e o uso de recursos modernos de imagem tornam todo o processo mais preciso e controlado. Um dos grandes destaques é a neuromonitorização intraoperatória, tecnologia que atua como uma verdadeira “torre de controle” durante a cirurgia.

Com uma equipe especializada monitorando continuamente a função dos nervos e da medula em tempo real, o cirurgião recebe alertas imediatos de qualquer alteração neurológica. Isso permite ajustes rápidos e reduz ainda mais o risco de lesões neurológicas, aumentando a segurança e a tranquilidade do paciente.

Acompanhamento é fundamental

O acompanhamento médico é indispensável. Consultas de revisão permitem:

  • Avaliar a evolução da cicatrização.
  • Ajustar medicações e fisioterapia.
  • Solicitar exames de imagem, se necessário, para confirmar que tudo está dentro do esperado.

Cumprir as recomendações do pós-operatório – como evitar esforços, controlar o peso, fazer fisioterapia e retornar às consultas de rotina – é essencial para uma recuperação segura e para reduzir o risco de novos episódios de dor.

Quando procurar o cirurgião

A dor nas pernas costuma melhorar com o tempo, mas é importante ficar atento a sinais de alerta. Procure o cirurgião imediatamente se notar:

  • Alterações neurológicas: fraqueza súbita, perda de sensibilidade, dificuldade para mover as pernas.
  • Sinais de síndrome da cauda equina: perda de controle urinário ou intestinal, dormência intensa na região do períneo.
  • Sinais de infecção ou inflamação: febre, vermelhidão, inchaço, secreção na incisão cirúrgica ou dor que piora de forma abrupta.

Essas situações exigem avaliação médica imediata para garantir a segurança do paciente.

Confiar no especialista em coluna e manter o diálogo aberto ajuda a passar por essa fase com tranquilidade. A dor tende a diminuir gradualmente, permitindo que o paciente retorne às atividades com mais qualidade de vida.

Perguntas frequentes (FAQ)  

Quanto tempo a dor nas pernas pode durar após a cirurgia de coluna?

Geralmente, a dor ou formigamento diminui nas primeiras semanas e tende a desaparecer em até três meses, dependendo do tipo de cirurgia e da resposta individual.

A dor pode voltar depois de um tempo?  

Sim. A recidiva pode acontecer de forma natural, pois a coluna continua envelhecendo. O importante é manter acompanhamento regular e hábitos de prevenção para proteger a região.

Quais sinais exigem retorno imediato ao médico?

Fraqueza, perda de força, dormência intensa, febre, secreção na incisão ou alterações urinárias e intestinais são sinais de alerta e precisam de avaliação rápida.