Cirurgia de coluna em idosos: vale a pena o risco?

A cirurgia de coluna é indicada – e muito – para pacientes com 60 anos ou mais. Pode até parecer um contrassenso, afinal, o procedimento cirúrgico costuma assustar até mesmo os jovens. Mas ela é segura e capaz de trazer qualidade de vida em qualquer fase. 

De acordo com o levantamento realizado pelo IBGE em 2022, a estimativa de vida do brasileiro hoje é de 75,5 anos. Nesse sentido, é de se esperar que passemos a olhar com mais carinho para a saúde desta população em pleno envelhecimento.

Cirurgia de coluna na terceira idade

Muitos acreditam que submeter uma pessoa com mais de 60 anos a uma cirurgia é um risco desnecessário. Mas a verdade é que a cirurgia de coluna em idosos pode ser o caminho para uma vida sem dores. 

Outro fator que reforça a segurança e a indicação da cirurgia em pacientes 60+ é a evolução das técnicas cirúrgicas. Hoje, o campo da cirurgia de coluna oferece resultados cada vez mais assertivos e com menores riscos.

Assim, é cada vez mais comum que pacientes entre 70 e 80 anos, por exemplo, tenham alta até um dia depois do procedimento. Em menos de uma semana, retomam suas atividades normais. E, rapidamente, recuperam a disposição e animação levados um dia pela dor.

Principais problemas de coluna entre os idosos

Pessoas da terceira idade naturalmente sofrem com um processo de degeneração em sua coluna. Por isso, estão mais propensas a desenvolverem condições como:

  • Osteoartrite;
  • Estenose espinhal;
  • Hérnias de disco;
  • Espondilolistese;
  • Escoliose;
  • Osteoporose;
  • Além de possíveis fraturas causadas pela perda de densidade óssea. 

 

No caso da estenose, o paciente pode ter diversas regiões da medula espinhal e dos nervos comprimidos. Isso causa dor nas costas, dor nas pernas ou nos braços, fraqueza, dormência e dificuldade para caminhar. Se a compressão for na coluna cervical, o quadro pode evoluir para uma mielopatia espondilótica com risco, inclusive, de paraplegia. 

Benefícios de operações de coluna para pacientes mais velhos

Idosos que sofrem com as condições descritas acima encontram maior conforto e qualidade de vida ao realizarem cirurgias de coluna. A melhora da função motora reflete até mesmo na autoestima do paciente. Afinal, com menos limitações de movimento, ele alcança mais independência e autonomia. 

A longo prazo, observa-se também uma evolução da saúde de forma integrada. Isso porque condições como estenose espinhal ou compressão nervosa podem causar outras doenças subjacentes. Dentre elas, incontinência urinária ou intestinal e dificuldades de locomoção.

Como minimizar os riscos para cirurgias de coluna em idosos

Avaliar o quadro de saúde geral do paciente é a melhor forma de garantir a segurança da cirurgia de coluna em idosos. Por isso, considero essencial entrar em contato com colegas de outras especialidades que cuidam do paciente. Dessa forma, verifico a liberação do paciente para o procedimento e se há alguma ressalva.

Em geral, os maiores riscos cirúrgicos são relacionados a problemas cardíacos ou pulmonares. Sendo assim, são estes especialistas relacionados que costumam ser consultados. 

O anestesista é outro profissional que participa na avaliação clínica do paciente. É ele que sabe sobre os medicamentos que serão usados para a anestesia durante o procedimento, duração prevista e riscos relacionados. Dessa forma, consegue entender como conduzir o caso e reduzir os riscos intra-operatórios. 

Experiência e domínio sobre as técnicas mais inovadoras também aumentam a segurança da cirurgia. Afinal, estes dois fatores reduzem o tempo cirúrgico, sangramento intra-operatório e contribuem na recuperação pós-operatória. 

Eu, por exemplo, costumo indicar cirurgias por via endoscópica para pacientes acima dos 60 anos. Apesar de ser uma técnica mais complexa, feita apenas pelos melhores especialistas de coluna de São Paulo e outras cidades, garante mais conforto e segurança ao paciente. 

A cirurgia endoscópica é mais segura?

A cirurgia endoscópica é uma técnica inovadora e minimamente invasiva. Ela visa preservar ao máximo a coluna vertebral, bem como os seus tecidos adjacentes. Ela é uma cirurgia “alvo-direcionada”, isto é, identificamos o nível ou os níveis na coluna que estão causando o problema naquele paciente, e lá atuamos com a descompressão endoscópica.
Um risco que todos temem também é a lesão neurológica. Para minimizar esse risco contamos hoje com a monitorização neurológica intra-operatória – uma terceira equipe médica dentro da sala cirúrgica que monitoriza em tempo real a função neurológica do paciente. Isso, sem dúvida, aumentou sobremaneira a segurança da cirurgia de coluna. 

Outra vantagem da cirurgia endoscópica é que o sangramento é muito pequeno, outro fator que traz maior segurança para o procedimento.  

Esses fatores associados, fazem com que o tempo de internação seja muito curto: na maioria das vezes damos alta no dia seguinte ao paciente operado. Além disso, a recuperação da cirurgia endoscópica de coluna é mais confortável para o paciente. Isso porque os tecidos adjacentes são menos afetados, causando menos dor e incômodos. 

Quando procurar o médico de coluna? 

Os sintomas mais comuns que podem levar o paciente a submeter-se a uma cirurgia de coluna, são:

  • Dor nas costas;
  • Dor ou formigamento dos membros (braços, pernas e coxas);
  • Dificuldade de locomoção;
  • Perda de controle esfincteriano (perda de controle de urina e fezes);
  • Dor que piora com a extensão do tronco (inclinação do tronco para trás);

Caso conheça alguém acima dos 60 anos que sofre com um dos sintomas descritos, agende uma consulta. É possível viver sem dor! 

 

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